As ilhas Fiji situam-se no coração do Pacífico Sul, a meio caminho entre a Melanésia (Ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledónia e Papua Nova Guiné) e a Polinésia (Tonga, Samoa, Ilhas Cook e Polinésia Francesa). Vanua Levu e Viti Levu, de origem vulcânica, são as maiores, acolhendo esta última a cidade capital – Suva, o maior pólo turístico do país e uma das cidades mais sofisticadas do Pacífico Sul.

As ilhas Fiji são protegidas do turismo de massa por um único detalhe, tão pequeno como fundamental: na cultura dos 700 mil fijianos, a terra é sagrada e não pode ser vendida para estrangeiros. Embora 380 mil turistas visitem Fiji todos os anos, nunca se verá resorts gigantes e pasteurizados. Predominam os hotéis pequenos e charmosos, com poucos quartos geralmente os chalés locais, chamados de burês.

Em Suva, além da prática de desportos náuticos, poderá visitar o Museu de Fiji e observar interessantes edifícios coloniais, mesquitas, templos hindus, igrejas e centros culturais. A Catedral Católica Romana (1902) é um dos marcos da cidade, mas uma incursão pelo Mercado Municipal não será menos fascinante, dada a variedade de frutas e vegetais exóticos, peixes, frutos do mar e condimentos que reúne.

Já Vanua Levu é bastante menos desenvolvida, pelo que constitui um dos melhores locais para compreender o tradicional estilo de vida fijiano, que acabará, de qualquer modo, por o conduzir até uma das suas fabulosas praias com pontos excelentes para as práticas de snorkelling, mergulho e kayaking. No interior selvagem e acidentado, a caminho das escavações arqueológicas de Nabouwalu e Wasavula, o trekking é outra opção.

Além de Vita Levu e Vanua Levu, as ilhas de Taveuni e Kadavu também têm uma dimensão considerável, mas o restante país é feito de pequenos subarquipélagos de origem coralígena: Lomaiviti, Lau, Moala, Yasawa, Mamanutha e Rotuma. Relativamente intocados, preservam recifes, lagunas, portos, assim como a vegetação nativa desde tempos imemoriais, entre centenas de atóis e pequenas ilhas desabitadas – retalhos de paraísos flutuantes pintados a azul-turquesa e verde luxuriante.

O primeiro explorador europeu a conhecer as Fiji, em 1643, ficou fascinado com as riquezas dos seus recifes. A forma como descreveu os perigos da navegação por essas águas afastou, no entanto, os marinheiros ocidentais por mais 130 anos. Até que o capitão Cook tomou conhecimento destas “ilhas habitadas por guerreiros ferozes e canibais” (é mesmo verdade, os antepassados daqueles que nos recebem sempre sorridentes tinham por hábito alimentar-se dos inimigos, de marinheiros perdidos e, até, de quem os queria convencer que Deus era só um), (re)descobriu o arquipélago em 1774 e integrou-o no circuito comercial britânico.

Curiosamente, além do sândalo, a preciosidade mais procurada nestas ilhas, trocada por uma série de produtos de luxo, era o pepino-do-mar (uma lesma marinha), muito apreciado pelos gourmets abonados daquela época.

Em finais do século XIX, graves conflitos interinsulares levaram a Grã-Bretanha a intervir, a depor o rei Cakobau e a integrar as ilhas no seu vasto império. Entre 1874 e 1970, as Fiji estiveram sob o domínio da coroa britânica. Em 1987 foram proclamadas República, mas só em 1992 é que o poder, anteriormente nas mãos dos militares, passou para os civis e a situação política normalizou.

As ilhas Fiji são de uma beleza natural estonteante e possibilitam a prática de diversas actividades, que afastam a eventualidade de se entediar. Tanto os resorts mais luxuosos como as pequenas pensões à beira-mar organizam actividades outdoor: surf, escalada, mergulho… Mas se por uns dias preferir beber cocktails e comer marisco fresco na esplanada, não faltarão aromas exóticos com que saciar as papilas – nas Fiji crescem quase todos os frutos tropicais conhecidos e a quantidade de espécies de peixe que vivem nas suas águas atrai pescadores do mundo inteiro.

Por outro lado, existe um sem-número de ilhas, muitas delas desertas, que se podem visitar ao longo de um dia, em cruzeiros que fazem delirar os espíritos românticos.

O grupo das Mamanuthas, por exemplo, é um amontoado de minúsculas ilhas a Oeste da costa de Viti Levu, de fácil acesso a partir de Nadi. São populares entre mergulhadores, snorkellers e surfistas pela qualidade das ondas e pela beleza dos recifes.

Já o grupo das Lau, a meio caminho do Reino de Tonga, exala um forte sabor polinésio.

Vanuabalavu, uma das maiores, possui um mercado animadíssimo, e Kiabu, que divide um recife com a sua vizinha Yacata, é uma ilha privada, que pode receber no máximo seis visitantes de cada vez. Proporciona actividades como windsurf, vela, caminhadas e visitas a grutas.

No conjunto das Yasawa, por exemplo, existe um pequeno oásis que vale a pena. Referimo-nos a Turtle Island , onde está instalado um lodge luxuoso que recebe apenas 14 casais de cada vez. As casas foram construídas sobre a areia em madeira e estão equipadas com jacuzzi, camas king-size e telheiro. O lodge funciona em esquema “tudo incluído” e oferece inúmeras actividades, entre as quais passeios a pé e a cavalo, windsurf, mergulho, piqueniques em praias desertas e massagens.

Mimos desta dimensão é também o que lhe oferece a Dolphin Island, uma ilha-resort, inaugurada recentemente, próxima de Viti Levu – possui apenas duas villas, construídas de acordo com a arquitectura tradicional das Fiji, e só aceita quatro hóspedes por noite. Um pedaço do paraíso em exclusivo!

Além das belezas naturais, Fiji tem uma gente incrível, mistura de povos locais com influências europeias e orientais. Não é à toa que, numa das línguas locais, existam 15 palavras para “paraíso”.

Para uma boa estadia nas Fiji existem várias opções para ficar alojado, entre elas aconselhamos: Hotel Vatulele Island e Nukubati Island Great Sea Reef.

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